
Contudo, são diferenciadas as responsabilidades sociais
que advêm ao indivíduo adulto. Tanto pelas conquistas, pelas lutas de classe,
pelos preconceitos de raça e género, quanto pelas divisões de tarefas dentro do
contexto familiar. A estrutura familiar atual provoca muitas mudanças que, ao
longo do desenvolvimento social, foram sendo estabelecidas em normas e
conceitos. Não obstante, está a geratividade, como responsabilidade com sua
descendência, tanto em relação às pessoas, como também com as realizações
produzidas ao longo da vida. Essa responsabilidade pessoal, revelada ao
indivíduo na fase adulta de sua vida, pode constituir-se parâmetro para novas
aprendizagens e renovadas conquistas, apontando motivações externas para cada
pessoa em sua época e momento próprio de vida.
Mesmo que possa não ser do entendimento de muitas
pessoas, são várias as transformações biológicas que ocorrem do início ao final
da vida adulta. As capacidades físicas são um exemplo disso, as quais poderão reverter-se
do físico ao psicológico na fase adulta, e, consequentemente, nas relações
intra e interpessoais.
Os aspetos fisiológicos e psicológicos são os que
impulsionam a conduta do ser humano. Quando tentamos entender as necessidades
básicas de cada ser humano, e como elas são saciadas, devemos compreender que estas
fazem parte da interação complexa de mecanismos fisiológicos e processos
psicológicos de cada um. Para Schaie e Willis (2003, p. 298), “como adultos, as
nossas condutas relacionadas com as necessidades físicas básicas, tais como
comer, beber e tomar banho, refletem as expectativas culturais, as experiências
de socialização e as condutas aprendidas, além de fatores fisiológicos”.
Assim, as características pessoais, a dinâmica do
aprender e os fenómenos biológicos fundamentam e envolvem todas as dimensões do
ser humano, em total integração do corpo e do espírito, e do ser com o fazer.
Quando isso não ocorre, produz-se alienação e perda do sentido social e
individual no viver de cada ser humano.

Cabe ressaltar que a questão cronológica, que divide cada
fase na vida, parece estar ligada à época em que a sociedade vivencia historicamente
até à atualidade, ou seja, as divisões de faixa etária podem ser distribuídas
de acordo com o contexto social em que a pessoa estiver inserida.
Então, conforme Mosquera, a idade adulta jovem subdivide-se
em fase inicial denominada idade adulta jovem inicial, com idade aproximada
entre 20 e 25 anos. Em seguida, a idade adulta jovem plena, que compreende dos
25 a 35 anos, e, por fim, a idade adulta jovem final, abrangendo dos 35 aos 40
anos de idade.

Ainda, entre as subdivisões da vida adulta jovem
salienta-se, que na subfase da idade adulta jovem plena, o adulto toma
consciência da chegada na sua existencialidade adulta e procura dar significado
pessoal. No entanto, ao final da idade adulta jovem, o indivíduo vivencia
situações que lhe atribuem o verdadeiro valor de sua existência e compreende,
ou pelo menos idealiza, o que constituirá a sua realização.
Neste sentido, de crescimento em busca da própria
realização, não estão apenas tratados os poderes económicos adquiridos na vida
adulta, mas o fundamental é que “a pessoa dá-se conta da importância que ela
tem como ser humano”.
No que concerne à idade adulta média, as suas subdivisões
são a idade adulta média inicial compreendendo a faixa etária dos 40 aos 50
anos, a fase dos 50 aos 60, nomeada de idade adulta média plena e a idade
adulta média final, aproximadamente, dos 60 aos 65 anos de idade cronológica.
Nesta segunda fase da vida da idade adulta média,
provavelmente o homem tenha conseguido alcançar os seus objetivos particulares
de família constituída, de empregabilidade e de moradia, e entre outras perceções
acerca da vida, a idade adulta média revela-lhe a temporalidade humana
fazendo-se consciente a imortalidade.
Não obstante, no adulto médio, segundo Mosquera (1987, p.
96), parece existir, predominantemente, uma tendência à extroversão, isto é, uma
visualização para o mundo exterior. Provavelmente para dar mais firmeza e
conteúdo à segurança da sua própria pessoa.
Nisso, provavelmente, percebe a utilidade de suas
construções pessoais frente ao social, num ímpeto de ser útil e aprender o que
é ser útil. O que motiva o adulto, nesta fase é, possivelmente, a própria
disponibilidade.
A motivação de desempenhar as suas atividades e
demonstrar as suas capacidades torna-se explícita nas próprias ações sociais.
Pode-se supor, também aqui, a retroalimentação de suas ações num sentido se
superar os próprios erros.

Na fase posterior, na idade adulta média plena, os mesmos
sentimentos pessoais, apresentados anteriormente na fase entre os 40 e 50 anos,
ficam mais evidentes pelas perceções clarificadas das ações sociais. Estas atitudes
tornam-se mais dificultadas pelas características próprias dos 50 aos 60 anos,
aproximadamente, pois as condições físicas já não acompanham os desejos
intrínsecos de cada ser humano.
Significativamente, dos 60 aos 65 anos, na idade adulta
média final, agrava-se a preocupação com a idade da reforma, assim como fica
enaltecida a perceção pelo desempenho das ocupações socioculturais. Enfim, há
um desejo intrínseco de ser recompensado por tudo de útil que tenha produzido
ou que se a perceba capaz de realizar.

Seguidamente, encontra-se a subdivisão da idade adulta velha,
em idade adulta velha inicial, seguida da idade adulta velha plena e por
último, idade adulta velha final. Com as respetivas idades cronológicas de 65 a
70, depois de 70 a 75 anos e por fim, aproximadamente dos 75 anos até a morte.